Lygia Fagundes Telles morreu no domingo em sua casa em São Paulo, aos 98 anos. Lygia foi a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 1985, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras e, em 2005, recebeu, pelo conjunto de suas obras, a consagração máxima para um autor da Língua Portuguesa, o Prêmio Camões. Eu sou uma jogadora. Meu pai era um jogador. Ele jogava com as fichas, eu jogo com as palavras. Eu acho que nós temos de arriscar, o tempo todo, até a morte. Então, arrisco e acho válido. É uma forma de transpor o círculo de giz, a fronteira. Isto, para o escritor, é sempre uma esperança. — Lygia Fagundes Telles [1] Lygia Fagundes Telles em capa da Revista "Cadernos de Literatura Brasileira" Manifesto dos Intelectuais - 1977 Durante a ditadura militar, Lygia Fagundes Telles, junto a outros colegas, liderou a elaboração de um abaixo-assinado de mais de mil signatários contra a censura. Trata
Uma das capas do romance que teve mais de 60 edições até nossos dias.
Inocência, principal obra de Visconde de Taunay, é um romance que se passa no interior do Mato Grosso do Sul, possivelmente onde hoje existe uma cidade homônima.
O protagonista é o jovem Cirino, que se passa por farmacêutico (ele tem um livro de farmacologia para basear suas receitas!) e sai pelo sertão tratando todo tipo de doentes. Até que ele chega à fazenda de Pereira, um velho sertanejo, que só tem uma filha, chamada Inocência.
Seguindo a tradição, que é duramente criticada por Taunay, Inocência não sabe ler, nem escrever. Ela fica o dia todo trancada dentro de um cômodo, para ficar isolada de qualquer contato com homens estranhos até seu noivo prometido, Manecão, volte.
No começo Pereira desconfia de que Cirino possa se interessar por Inocência. Mas logo em seguida aparecem um cientista alemão, Meyer, e seu ajudante para se hospedarem na fazenda de Pereira. O velho fica enlouquecido de medo de que o estrangeiro possa querer algo com sua filha Inocência. Pereira pede ajuda de Cirino para vigiar Meyer. A aproximação entre Cirino e Inocência aumenta e nasce o romance proibido.
O livro balança magistralmente entre o cômico, levando o leitor às gargalhadas, e o trágico. Ambos os estilos criticam os costumes patriarcais da época.
Quem desejar ler a obra gratuitamente basta clicar no link para o Domínio Público.
Autor: Isotília Melo do Blog 500 Livros
Este é o segundo de um projeto de quatro posts para tratar um pouco das principais obras de Visconde de Taunay. O Primeiro post foi postado no Blog 500 Livros. Confira o primeiro post em ParteI: Visconde de Taunay, um escritor feminista!
Veja também a continuação ParteIII: Visconde de Taunay um escritor feminista!