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Autor: Candido Portinari |
Coração
Morreu de faca no peito
quanto o coração só lhe falava
de amor.
A faca se abriu em chaga
vermelha e meio com jeito
de flor.
Morreu de faca no peito
quanto o coração só lhe falava
de amor.
A faca se abriu em chaga
vermelha e meio com jeito
de flor.
Morreu de febre no leito
quando o coração já lhe falhava
no peito.
Deixou órfãos e viúva.
Partiu num dia de chuva
sem palavras.
Morreu de foice no eito
enquanto o coração lhe sussurrava:
— que proveito?
Deu por perdida a batalha:
a sua, não o que restava
a ser feito.
Morreu de fome e direito
negado, quando o coração
só lhe dizia CHEGA! E o esqueleto
já se entrevia antes de enterrado.
Morreu de omissão:
assassinado.
Morreu de fúria e despeito
quando o coração se lhe inchava no peito.
E a epígrafe se destacava:
"Não será de ninguém
o que é meu.
De direito!"
(Maria Thereza Noronha)
Leia também ...
Pensamentos que reúnem um tema de Adalgisa Nery.
Tu Queres Sono: Despe-te dos Ruídos de Ana Cristina Cesar
Motivo de Cecília Meireles
Mascarados de Cora Coralina
Licença Poética de Adélia Prado
Desafio Mulheres na Academia Brasileira
enquanto o coração lhe sussurrava:
— que proveito?
Deu por perdida a batalha:
a sua, não o que restava
a ser feito.
Morreu de fome e direito
negado, quando o coração
só lhe dizia CHEGA! E o esqueleto
já se entrevia antes de enterrado.
Morreu de omissão:
assassinado.
Morreu de fúria e despeito
quando o coração se lhe inchava no peito.
E a epígrafe se destacava:
"Não será de ninguém
o que é meu.
De direito!"
(Maria Thereza Noronha)
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